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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Programa Edilson Silva - Parte III

Eixos programáticos do PSOL para as eleições 2010 - Parte III

JUVENTUDE: Educação e transformação da 

Cidade da Copa em Cidade da Juventude

Por fim, mas não menos importante, damos também especial atenção à juventude, que merecerá no transcorrer de nossa campanha elaboração ainda mais apurada a partir de diálogos com a própria juventude. Salientamos que dois aspectos precisam ser trabalhados conjuntamente: crack e educação. Sugerimos construir uma grande conferência sobre o tema e tratá-los de forma estratégica. Em relação à educação, nossa juventude está sendo roubada pelas gestões públicas. O Estado está se desfazendo gradualmente de suas responsabilidades para com todos os jovens em idade escolar, estabelecendo uma educação que sequer tem professores em sala de aula, objetivando única e exclusivamente a entrega de um diploma, um pedaço de papel, aos nossos jovens.

Nossa juventude, seja ela de face negra, pobre, da periferia, ou não, tem o direito à educação integral; tem direito a conhecer literatura, língua estrangeira, física, química, história, geografia, filosofia, sociologia, dentre outros saberes que hoje são gradativamente negados através de programas que buscam “acelerar” a formação dos alunos. É a partir desta lógica que as crianças estão saindo do ensino fundamental sem saber ler e escrever direito e muito menos interpretar textos. É a partir desta lógica que o Estado vem se desobrigando de garantir profissionais de educação, sobretudo professores, com condições plenas de trabalho para contribuir no desenvolvimento da formação intelectual, moral, cultural e humanística de nossas crianças e jovens. O não respeito ao piso nacional do magistério encaixa-se nesta lógica. Alunos de segunda categoria; professores de segunda categoria; escola de segunda categoria; ensino de segunda categoria; diploma de segunda categoria. Esta situação precisa ser revista urgentemente.

Além destas questões, precisamos desenvolver políticas públicas que avancem na organização e inserção dos jovens na dinâmica social, seja através do emprego, dos esportes, da arte e da cultura, seja através de inteiração com cuidados com o meio ambiente. Para tanto, há soluções estruturais que envolvem esforços de um conjunto de esferas que nossa proposta busca alcançar, como a redução da jornada de trabalho para abrir mais postos de emprego com a capacidade produtiva já instalada em nossa economia.

Mas, entendemos que o mundo contemporâneo precisa tratar o ócio involuntário não como uma praga a ser combatida sempre na perspectiva do capitalismo, ou seja, preenchendo todo o tempo com trabalho assalariado, mas como mais uma oportunidade de elevação da condição humana. Na visão meramente capitalista, o ócio é um problema, pois esta vê o homem como uma mera extensão do processo produtivo capitalista, o homem como uma mercadoria. Na visão de uma proposta socialista, o ócio pode e deve ser qualificado e reprocessado, reconceitualizado. Devemos trocar a palavra ócio por algo como disponibilidade. Temos muitos jovens disponíveis.

Disponibilidade para praticar esportes de alto rendimento e transformar nosso Estado numa potencia esportiva; para praticar arte e cultura popular à vontade; para desenvolver práticas comunitárias e solidárias no cuidado com os animais, com a natureza; ou seja, esta disponibilidade humana, em tempos de máquinas ocupando os espaços produtivos que antes eram destinados ao homem, pode e deve ser tratada como uma oportunidade de colocar na ordem do dia princípios como solidariedade, coletividade, companheirismo, sustentabilidade ambiental, em contra-posição aos princípios construídos pelo capitalismo selvagem: individualismo, concorrência, competição, vencedores e perdedores, sucesso e fracasso.

Nosso Estado terá uma oportunidade de fazer nos próximos anos investimentos em equipamentos que podem converter-se em benefícios para a nossa juventude. Nossa candidatura condena os gastos, não planejados democraticamente, na cidade da Copa em São Lourenço da Mata, pois entendemos que há outras prioridades e formas para investirmos os recursos públicos que serão alocados neste empreendimento. Contudo, em não sendo possível revertermos plenamente este quadro, precisamos qualificar ao máximo os gastos. Para tanto, proporemos para a sociedade e para a juventude em particular que a Cidade da Copa seja convertida em Cidade da Juventude, construída de forma a converter-se imediatamente num pólo de referência para o desenvolvimento de ações esportivas, artísticas e culturais para a juventude da região metropolitana.

*Candidato do PSOL ao governo do Estado de Pernambuco

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