Desde o dia 31/01 os Policiais Militares da Bahia estão em greve por melhores condições salariais e de trabalho e também pela anistia aos líderes de greves passadas da categoria. Como forma de pressionar o governo petista de Jacques Wagner, parte dos grevistas ocupou a Assembleia Legislativa da Bahia. A greve é forte e se espalhou por todo o Estado, com forte adesão da categoria. Com a greve, as condições de segurança pública nas maiores cidades baianas, sobretudo em Salvador, se deterioraram ainda mais.
O governo Wagner, junto com o governo Dilma, resolveu radicalizar contra o movimento grevista e enviaram para Salvador tropas federais e o Exército, que chegaram a cercar o prédio da Assembleia Legislativa, cujas cenas de enfrentamento e de guerra foram fartamente divulgadas pela mídia nacional. Paralelo a isto, o governo conseguiu com a Justiça Federal mandados de prisão contra lideranças do movimento, passando a tratar os líderes da greve como foragidos da Justiça.
O PSOL está desde os primeiros momentos na trincheira desta luta que já se nacionalizou. Militantes do PSOL estão entrincheirados na Assembleia Legislativa, participando ativamente das articulações junto ao Comando da Greve. Lideranças sindicais do PSOL em Salvador organizam atividades de apoio e solidariedade. No dia 06/02, uma comissão da Executiva Nacional do PSOL esteve em Salvador, com o Presidente Nacional do PSOL, deputado federal Ivan Valente, e o Secretário Geral Nacional do Partido, Edilson Silva. O objetivo da presença da comissão foi buscar abrir um canal de negociação entre o comando de greve e o governo, visto que o clima belicoso encaminhava-se para um desfecho sangrento e uma possível derrota histórica do movimento.
A partir da intervenção de várias lideranças nacionais do PSOL, como Heloisa Helena, a deputada Janira Rocha, o deputado Jean Wyllys e o senador Randolfe, e do próprio deputado Ivan Valente, conseguimos abrir canais renovados de diálogo. A CNBB entrou no processo, o Ministério Público e a OAB também se posicionaram no sentido de contribuir. O senador Walter Pinheiro (PT-BA) e o deputado Nelson Pelegrino (PT-BA) - este último reuniu-se com Ivan Valente na sede do governo, passaram a compor um esforço no sentido de uma saída que atendesse às reivindicações dos grevistas sem um enfrentamento. O deputado Ivan Valente conseguiu, após as reuniões com lideranças do governo, ingressar na Assembleia Legislativa ocupada e dialogar diretamente com o comando da greve, colocando o partido integralmente ao lado das reivindicações do movimento.
Conseguimos articular ainda a presença da Associação dos Magistrados Militares no processo, via deputada Janira Rocha, assim como a articulação da Comissão Nacional de Segurança Pública do Senado, composta entre outros pelo senador Randolfe. Ambas as iniciativas deverão fazer-se presentes em Salvador nas próximas horas.
Além disso, lideranças sindicais do PSOL estão deslocando-se à Bahia para somarem-se à resistência local em defesa da greve e contra a criminalização do movimento, patrocinada pelos governos Wagner e Dilma.
A luta segue e ainda está em aberto. As próximas horas serão cruciais e a direção do PSOL está empenhada 24 horas por dia na articulação de ações de apoio, solidariedade e manutenção e ampliação dos canais de negociação para o atendimento das reivindicações do movimento.
Edilson Silva - Secretaria Geral Nacional do PSOL
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