Por Edilson Silva
Por mais que as “rebeliões” nestas unidades da FUNASE ou similares se repitam é praticamente impossível aceitarmos estes fatos como normais em nosso cotidiano. Será sempre chocante e inaceitável que nas dependências de uma instituição do Estado seres humanos sob sua tutela sejam assassinados, incinerados e tenham suas cabeças decepadas, como vimos esta semana. Quem são os responsáveis por isto¿
Estão espalhadas pelo estado um incontável número de placas enormes de propaganda do governo estadual afirmando que Pernambuco está em obras. O governador quer sua assinatura embaixo de todas as obras que são vistas pela população como positivas. Até Suape, uma construção de décadas, creditam à atual gestão. Pois bem, e a FUNASE e suas rebeliões com requintes medievais, são obras de quem, caro governador¿
Não é coincidência que a unidade mais problemática da FUNASE continue sendo a do Cabo de Santo Agostinho, cidade que reflete como poucas os impactos do modo eduardista de “desenvolvimento”. Aquela unidade reflete exatamente o divórcio que existe em nosso estado entre crescimento econômico e responsabilidade social e ambiental. O que assistimos em Pernambuco é um espetáculo de crescimento econômico sob a presidência da lógica liberal mais perversa: o importante é dinheiro circulando, o resto o deus mercado se encarrega. O problema é que este mercado está bem mais próximo é de um diabo indomável.
O crescimento do PIB do Estado e na região de Suape, onde se localiza o município do Cabo de Santo Agostinho, não consegue se refletir socialmente nos jovens em situação de risco. E não consegue por que também não se reflete em políticas públicas globais, efetivas e eficazes para a nossa juventude. O governador Eduardo Campos deveria se envergonhar de ter sob seu governo, com Pernambuco vivendo seu “melhor momento”, como ele gosta de dizer, tragédias sociais como esta acontecendo. A pergunta que fica é a seguinte: e quando Pernambuco não estiver em seu melhor momento¿
O Fórum de Defesa das Crianças e Adolescentes de Pernambuco, assim como outras entidades, vem há tempos sugerindo e exigindo providências. As soluções não vêm não é por falta de diagnósticos e propostas e nem de recursos (afinal Pernambuco vive seu melhor momento!). O SINASE, Sistema Nacional de Atendimento Sócio Educativo, define e orienta um conjunto de procedimentos que, se colocados minimamente em prática, já iniciaria uma inflexão positiva neste quadro caótico. Mas, infelizmente, o tema da responsabilidade social não está na pauta de nosso governo.
Presidente do PSOL-PE
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